**CHÃO NO SILÊNCIO DE GIZ* - IN "PARTITURAS DO ESPÍRITO" - 01 DE MARÇO DE 2017*** - PINTURA: GRAÇA Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto


No começo, era o verbo, o nome
Depois veio a coisa nomeada,
Definida, conceituada
A vida pouco a pouco declinada
Até chegar ao sub-stantivo homem.




E na palavra Deus o homem quis
Desejou, teve vontade
De gravar a ecs-plicação de todo mundo,
De toda a vida, de toda a existência
E a si próprio pôs-se a ler,
Analisar, interpretar a fundo.




Viu que era mero risco de giz
Era giz no chão de silêncios
Era silêncio no giz do chão
Era chão no silêncio de giz.




E desistiu até de ler estrelas,
De vislumbrar a lua
De con-templar o espaço
De infinitos horizontes e uni-versos
Suas dúvidas infinitas eram
Que os astros não podiam excedê-las.




(*RIO DE SILÊNCIOS**, 04 DE MARÇO DE 2017)


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