COMENTÁRIO DA AMIGA Berenice Aparecida Pereira Luchiari AO ROMANCE /**NÁUSEA DO VAZIO/VAZIO DA NÁUSEA**/


NÁUSEA DO VAZIO/VAZIO DA NÁUSEA - XXX CAPÍTULO
Manoel Ferreira Neto.



Acontece o tempo todo...



Eu parei de escrever, como antes...
E zangada eu me encantava...
E pensava....
Não fui eu....
Este texto é lindo demais...
Também fui lesada de várias formas...
Mas não se tem de volta o leite derramado...
E agora que escrevo algo...
Escrevo de forma que não posso queimar...
Mas por acidentes vindo de descuido e falta de atenção perdi rascunhos...
E algumas vezes problemas com aparelhos de celular...
Às vezes, recupero; às vezes, não....
Mas, geralmente, mesmo que não tenho cópias, e já não tenho ESTES em Mãos....
O mais importante para mim é que chegaram cada qual no.devido destino...



*Obs: Tratando eu de assuntos pendentes Familiares,às vezes aqui e ali vou EU levar calmaria aliviando o ambiente carregado de insolúveis problemas....
Que ser impossível resolver a não ser por eles mesmo. ..
ESTAR presente e limpar as lentes dos óculos as vezes clareia a visão do físico,e ajuda a enxergar colorido a escuridão que a mente provocou...
E acordar dos sonhos loucos imagináriosque bloqueiam os caminhos...
Esperamos que visitações atendendo a pedidos de Socorro,nos tragam depois notícias com aplausos de conquistas...
Que nos chega,a novidade se eu venci...
O brigado pelo teu não...
Foi ai que consegui merecer o sim...
"As vezes temos que dizer não,para fantasiosas situações criadas por um ilusório mundo Fantástico.
Para ver o amado,seja ele de sangue ou não, ver o real e entender que o valor está no saber fazer o acontecer...
Independentemente do vencer....
BEIJOS
AMO VOCÊS



AJUDOU-ME a diminuir a dor de quem se encontra no labirinto do perdido quero estar,e encontrado para usar toda vez que de mim precisar...
Enquanto respirar por alguém, quero do labirinto ser resgatada...



*NÁUSEA DO VAZIO/VAZIO DA NÁUSEA - XXX PARTE**



E outra vez sinto dentro de mim um poder excessivo, como se me visse subitamente rico e não soubesse o que fazer da riqueza.
A estrada que tantas vezes pisara na forma, amarrado à regra, corre agora aqui sob os meus pés libertos, diferente, com um certo ar íntimo de quem me esperasse em silêncio há muito tempo.
Olho as árvores e sinto descer delas um olhar vivo e fraterno. Paro junto de uma, corro, devagar, os meus olhos pela sua casca rugosa, e é emocionado que a sinto do meu destino, irmanada às árvores da minha terra distante. Lentamente a manhã vai-se abrindo em leque por todo o horizonte, debruça-se, suspensa da altura do céu. Um grande arco de triunfo levanta-se de pólo a pólo e eu passo por baixo dele, silencioso, mas investido de uma glória antiga, como se passasse por um solitário arco de ruínas...
À noite, quando cheguei a casa, após ter saído para os afazeres quotidianos, mercearia, banco, açougue... Ah, sim, isto merece ser dito. Berenice incumbiu-me sistematicamente do açougue. Estava cansada de os açougueiros passá-la para trás, pedia uma qualidade de carne, serviam outra, e, além do mais, não gostavam de tirar as "mochibas". Açougueiros não me passam para trás, e eu exijo categoricamente que a carne seja limpinha. Não precisam tirar bifes, tiro-lhes eu. A carne fica toda por minha conta exclusiva. Tiro os bifes, tempero, frito; se se trata de carne assada, sou quem tempera também.
Chegara a casa, encontrando Berenice nervosíssima, gritava a plenos pulmões palavrões. Até me assustei porque não é disso: de palavrões.
- Benzinho, o que está acontecendo? - olhei no chão, livros, papéis. - Passou um furacão por aqui?
- Tinha escrito uma coisinha para você, amor...
- Sim... e daí?
- Daí que perdi o escrito.
- Perdeu como?
- Escrevi no computador... Não sei o que aconteceu... Antes de salvar, o texto desapareceu da telinha. Foi isso.
- Você mexeu nalguma coisa do teclado, ocasionando a perda.
- Não sei. Estava muito feliz. Falava sobre o meu amor por você.
- Jogar tudo no chão, gritar, esbravejar, ruminar palavrões à revelia não vai resolver a perda do texto. Já me aconteceu isto muitas vezes. Perdi textos importantíssimos. Fazer o quê?
- Fazer o quê? Amor, sabia que não se escreve outro.
- Não se escreve o mesmo, mas se escreve outro. E, por vezes, fica até melhor que o perdido.
- Está bem... - abraçou-me, beijou-me o pescoço, deitou a cabeça no meu ombro - Meu amorzinho, era muito importante o que escrevi, O meu amor por você todinho escrito.
- Benzinho, deixe estar... Ainda está nervosa. Quando se tranquilizar, escreva outro.
- Vou tentar...
- Não vai à faculdade, Berenice?
- Não vou hoje. Não são aulas importantes. Quero ficar com você.
E fomos comer uma pizza no restaurante Tarantella. Sentiu inspiração. Pediu à garçonete uma folha de papel. Deixei-a escrever à vontade.



Manoel Ferreira Neto.
(07 de abril de 2016)


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